A resposta do questionamento do título é não! Mas falaremos da impunidade no decorrer do texto.
A cultura e a contracultura da corrupção.
Há muito a se avançar. A corrupção está entranhada na cultura do povo brasileiro. É incrível como, em qualquer situação, alguém queira se dar bem às custas de outra pessoa.
Os casos são simples e citarei alguns.
Já vi várias pessoas próximas fazendo isso e, talvez eu próprio, já fiz isso em algum momento da vida, que é não devolver algo que achei onde consegue-se identificar o dono.
Exemplos: Celulares, carteiras e objetos que o dono-visto se esqueceu.
É cultural! Mas já existe um movimento de contracultura: aquelas pessoas que devolvem os objetos esquecidos, os celulares perdidos.
Existem casos mais complexos, por dentro de ideologias, que tirar vantagens em cima restaurantes (como comer sem pagar), livrarias (roubar livros), etc, não seria corrupção (crime no caso), mas sim, é corrupção!
Outra coisa que era aceitável é o Governo do “rouba mais faz”, hoje a sociedade já não aceita condutas deste tipo, ou deveria não aceitar mediante os avanços que a justiça brasileira obteve mediante a Operação Lava-Jato que prendeu vários integrantes dos partidos governista da Era Lula-Dilma que, notavelmente, faziam parte desta cultura.
Este movimento, que está acontecendo no Brasil, tende a ganhar força à medida que já se começa a acreditar na punição de todos os tipos de pessoas: ricos e pobres, negros ou brancos, políticos ou trabalhadores comuns.
Há pouco tempo, o que víamos, era a arrogância de achar que quem tinha poder e/ou dinheiro nunca iria preso, questão esta, dos recursos infinitos, resolvida com a prisão já em segunda instância (Decisão do STF, 05/10/2016).
Ainda existem casos assim, muitos casos, principalmente no interior do Brasil, onde não se acha problema em levar para casa parte da merenda da escola, ou comprar merenda para 40 mil alunos onde só se tem 5 mil. Ou comprar bens pessoais na nota da Prefeitura, ou influenciar no andamento da fila do SUS.
Nota-se uma conduta no mínimo aética (para não dizer criminosa) em quem está inscrito no Bolsa Família sem ter direito, recebe aposentadoria como trabalhador rural ou pescador, sem ter pegado em uma enxada ou em um remo.
Em quem vende vaga na fila do banco, muda notas de alunos nas escolas e universidade, usa instalações públicas como bem privado. Aquelas pessoas que, na eleição, correm atrás da “boca de urna”, do dinheiro fácil, do saco de cimento, da cesta básica.
Será que realmente, um dia, superaremos estas coisas?
Acabando com a impunidade: Caminhos.
Não comprovou as contas da gestão da prefeitura? Prisão e devolução do dinheiro!
Lavou dinheiro? Prisão e apreensão do dinheiro mais multa!
Descobriu situações de aproveitamento do dinheiro público em benefício próprio? Prisão e devolução do dinheiro mais multa!
Comprou votos? Prisão e multa!
Fez “boca de urna”? Prisão e multa!
Aceitou “boca de urna”? Prisão e multa!
A política tem que ser vista como uma coisa séria. Mas os políticos nem se importam com suas imagens, ou desgastes, pois eles podem comprar votos e serem eleitos novamente. Este caso deve ser tratado com cuidado, pois a nossa cultura faz com que estes políticos corruptos voltem.
Vi um caso recente que aconteceu nos EUA. Uma prefeita renunciou ao seu cargo pelo fato de ter apoiado uma atitude racista contra Michelle Obama. Isto, no Brasil, seria tratado da seguinte forma: “Prefeito apoia atitude racista de cidadão brasileiro”. No outro dia: “Erramos, peço desculpas”, e daqui a trinta dias o político, com a maior “cara de pau”, encarava a população e só sairia do cargo se a justiça determinasse, porque esta é a cultura sem escrúpulos dos políticos brasileiros, que nós brasileiros aceitamos.
Uma mudança de comportamento em todos os setores da sociedade deve acontecer, não só na política, mas em nós, brasileiros.
Adriano Borges
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