Alunos da rede estadual de ensino ficam novamente sem aula hoje. Os professores paralisam para realizar um ato hoje, às 15h, na frente da Secretaria de Estado de Administração (Sead). Os professores reivindicam negociações do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR). “O plano foi aprovado no ano passado e estamos cobrando agora a implementação. Queremos que o governo apresente um cronograma de enquadramento do PCCR. E hoje vamos paralisar para poder negociar”, disse o coordenador da secretaria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Mateus Ferreira.
Segundo o Sintepp, o professor recebe uma gratificação de 0,3% a cada três anos. O estatuo do magistério diz que a gratificação tem que ser de 3,5% a cada dois anos. “O professor, após 30 de estado, vai ganhar apenas 3% de diferença de quem está começando. Isso não pode mais acontecer”, disse.
Ainda com relação às gratificações, o Sintepp quer discutir valores diferentes para cada titularidade. “Quem tem especialização a gratificação é de 10%, o mestrado 20% e o doutorado 30%. Vamos incluir nessa agenda a gratificação dos professores do sistema modular de ensino. Em lugares como a ilha do Marajó o professor chega a tirar dinheiro do próprio bolso para chegar em determinados locais e até fretar barco”, contou Mateus.
SEM AULAS
As aulas nas escolas estaduais começaram em maio mas, em apenas dois meses, esta será a terceira paralisação. Cerca de 40 mil trabalhadores devem parar, segundo o Sintepp, em Belém e em municípios como Moju, Abaetetuba, Barcarena e Castanhal. A categoria irá se reunir no dia 2 de junho, no Centro Social de Nazaré, para avaliar o encontro com a secretaria e discutir pautas. Ferreira garante que se até o início do segundo semestre não houver um acordo, uma greve não está descartada.
Enquanto os professores lutam por melhorias salariais através de paralisações, os alunos vivem com a instabilidade das constantes faltas de aula. “É complicado porque as aulas já começaram atrasadas, aí vai atrasando mais, tem feriado, tem paralisação, a gente se prejudica muito”, pontua Joyce Santos, aluna do segundo ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ulysses Guimarães.
“Não vou fazer Enem, mas faço Prise (processo seletivo da Uepa) e tenho que buscar reforço nos cursinhos para tirar dúvida. Essas paralisações são sempre súbitas, pegam de surpresa. Ainda estamos fazendo a primeira avaliação, já era para estarmos na segunda”.
Aluno do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Visconde de Souza Franco, Jonas Oliveira vai prestar vestibular para História e afirmou estar preocupado. “Além da gente ter começado tarde eu ainda vou fazer o Enem que está próximo e ainda não estamos nem na metade do conteúdo que a prova exige. Vai chegar na hora da prova e eu nem sei como vai ser. Me preocupo também porque, quando eu passar em uma faculdade, não vou poder me matricular pois não vou ter o certificado de conclusão do ensino médio”.
SEDUC
A Secretaria de Estadol de Educação (Seduc) informou que não se manifestará sobre a paralisação, pois só terá um balanço sobre possíveis prejuízos ao calendário escolar hoje.
Adicione-nos também no Facebook
Siga-nos no Twitter para receber noticias em Tempo Real
Fonte:Diário do Pará
0 comentários :
Postar um comentário