sábado, 5 de fevereiro de 2011

O desabamento do edifício Real Class no último sábado (29), em Belém, mobilizou diversos órgãos para atender as vítimas da tragédia. Além das famílias dos operários mortos, os moradores vizinhos ao prédio foram diretamente atingidos. Desde o dia do acontecimento, o envolvimento desses órgãos do estado e município, para atender essas pessoas, tem sido decisivo, numa resposta positiva e imediata diante da proporção da tragédia.

O Coordenador Geral da Defesa Civil de Belém, Mário Chermont, destacou a importância do envolvimento de estado e município de forma conjunta, desde as presenças do governador Simão Jatene e do prefeito de Belém, Duciomar Costa, no local da tragédia. "Eles assumiram um compromisso de atuação e, diante dos resultados, a resposta à sociedade foi rápida", disse Mário Chermont, que também destacou a participação da sociedade civil organizada.

A atuação da Prefeitura de Belém envolve diversos órgãos, cada um em sua atividade. A Sesma, por exemplo, dispõe do serviço do Samu 192; a Guarda Municipal trabalha no isolamento da área; a Ctbel na organização do trânsito; a Seurb na utilização de maquinário, caçambas e iluminação; a Sesan na limpeza do local, além da Defesa Civil, que atua diretamente no atendimento as vítimas. Desde o dia da tragédia, o trabalho tem sido de 24 horas por dia.

A Defesa Civil trabalha em parceria com o Corpo de Bombeiros e já atendeu 283 pessoas, entre desabrigadas e desalojadas. A maioria está em hotéis da cidade, já que alguns moradores preferiram ficar em casas de parentes. Mas, praticamente todos já podem voltar para suas casas, após vistoria realizada. Apenas o edifício Blumenau, que fica ao lado do prédio que desabou e a casa à esquerda, continuam interditados. O anúncio foi feito na última reunião da Defesa Civil com os moradores atingidos. "O Blumenau e a casa continuam fechados porque ficam ao lado do movimento do maquinário. Os dois imóveis não tiveram suas estruturas abaladas, não há comprometimento", explicou Mário Chermont.

O trabalho da Defesa Civil da Prefeitura de Belém envolve 40 pessoas, entre funcionários e voluntários. Desse grupo, 30 ficam durante o dia e dez na madrugada. A atuação, portanto, não tem interrupção. A alimentação é feita no local mesmo, graças ao envolvimento do projeto Ver-o-Sol, que mantém o restaurante popular apoiado pela Prefeitura. A técnica em enfermagem, Joana D%u2019arc, faz parte do grupo de voluntários. Com dez anos atuando na Defesa Civil, ela chega às oito da manhã na travessa Três de Maio e só sai de lá às 21h. Ela diz que se envolve diretamente no drama das pessoas pelo prazer de ajudar. "Eu me coloco como se fosse um deles e, mesmo cansada, me sinto recompensada", explicou.

A técnica em enfermagem atuou como voluntária no desabamento do edifício Raimundo Farias, em 1987, no bairro do Umarizal, em Belém. Naquela época, ela ajudou nos trabalhos de resgate como uma pessoa comum. Após essa tragédia, ela fez o curso  técnico em enfermagem até ingressar na Defesa Civil. A  sua primeira grande atuação como voluntária aconteceu no incêndio de casas da invasão Riacho Doce na década de 1990. "A minha recompensa é o agradecimento das pessoas, o abraço que recebo", concluiu.

(Por Gilson Faria / Fotos: Oswaldo Forte e Paulo Akira)


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