segunda-feira, 7 de março de 2011

O carro-chefe da segunda etapa do Projeto Ação Metrópole, já em processo de planejamento pelo Governo do Estado, será a implantação do Sistema Integrado de Transporte Metropolitano, que criará corredores estruturados e terminais de integração com pontos onde o usuário de ônibus poderá fazer o transbordo. O primeiro passo para a oficialização desta etapa foi dado na última quinta-feira (3), durante uma reunião entre o governador Simão Jatene e o representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), Katsuhiko Haga.

Na ocasião, Jatene reiterou o interesse do Governo em dar continuidade ao projeto, que terá a segunda etapa, orçada em R$ 320 milhões, financiada pela Jica, com contrapartida de R$ 166 milhões do Estado. A expectativa é que o acordo de empréstimo entre a Agência e o governo paraense seja assinado ainda este ano, no início do segundo semestre.

Ainda na reunião ficou decidido que os responsáveis pelo projeto tentarão enquadrar o Ação Metrópole no processo de obtenção de Crédito de Carbono, por meio do mercado internacional criado para este fim, gerenciado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para que isso aconteça, no próximo dia 21, dois peritos japoneses darão início aos primeiros estudos de emissão de gás carbônico (CO²). "Se conseguimos essa obtenção de crédito será um grande diferencial, até porque em todo mundo, apenas dois projetos de transportes conseguiram esse feito", afirmou o coordenador de planejamento do projeto Ação Metrópole, Paulo Ribeiro.

Melhorias - A segunda etapa prevê a circulação de ônibus em vias exclusivas que serão construídas nas rodovias BR-316, Augusto Montenegro e na avenida Almirante Barroso. Serão implantados, ainda, dois terminais de integração, sendo um em Marituba e outro em Icoaraci, e três estações intermediárias de integração na Augusto Montenegro e na BR-316. "O objetivo do projeto é melhorar as condições de mobilidade da população da Região Metropolitana de Belém, tanto das pessoas que moram nas áreas periféricas quanto no perímetro urbano central", explicou Ribeiro.

As melhorias não acarretarão em aumento da frota de ônibus circulando pelo centro da cidade, já que prevê a criação de um sistema integrado. "As ruas do centro de Belém não têm mais capacidade para receber novas linhas, já na periferia o atendimento de transporte coletivo é extremamente precário. Com o novo sistema serão criadas linhas de ônibus que circularão em vias exclusivas e permitirão o deslocamento da periferia para o centro e vice-versa", ressaltou o coordenador. Um novo corredor viário na Avenida Augusto Montenegro e o prolongamento da Avenida João Paulo II até a Rodovia Mário Covas também fazem parte da segunda etapa do Ação Metrópóle.

O Projeto - O Ação Metrópole foi iniciado em agosto de 2008, previsto para ser executado em duas grandes etapas e concluído em 2014. A primeira, que já está em fase de conclusão, inclui a implantação do Corredor Norte, que liga a avenida Independência à Rodovia Augusto Montenegro e à Avenida Júlio Cesar, onde ficarão dois elevados (um na confluência com a Independência e outro com a Pedro Álvares Cabral), além da recuperação completa da Rodovia Arthur Bernardes, que também receberá uma ponte. Essa, aliás, a única parte da primeira etapa que falta ser concluída.

O Sistema de transportes do Ação Metrópole já vem sendo implantado no Brasil desde a década de 80. Curitiba foi a primeira cidade brasileira a adotar o sistema; desde então várias capitais, como Porto Alegre, Goiânia e São Paulo operam com esse método. "Estávamos extremamente atrasados no que se refere à logística de transporte urbano. Com a conclusão das duas etapas do projeto toda a população da RMB será beneficiada, já que qualquer modal de transporte utilizado pelos usuários vai sofrer os impactos positivos do novo sistema", ressalta Paulo Ribeiro.

Na opinião do coordenador, tudo que já foi feito até agora no Ação Metrópole tem resultado em números positivos. A abertura da avenida Independência, por exemplo, retirou do Entroncamento cerca de 2.400 veículos por hora. Além disso, o movimento intenso pela via reduziu o horário de pico do engarrafamento em 45 minutos. "A primeira etapa do projeto beneficiou principalmente as pessoas que utilizam carro, porém o foco da segunda etapa será o transporte coletivo", assegurou.

Para Ribeiro é impossível produzir um espaço viário sem priorizar o transporte público. "Só os coletivos urbanos têm a capacidade de transportar um número maior de pessoas utilizando um espaço menor. Um ônibus com 100 pessoas ocupa um espaço físico de 12x3 metros, onde caberiam três carros, no máximo", comparou.

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Fonte: Bruna Campos/Secom - Governo do Estado do Pará

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