Vitória do NÃO no plebiscito. Será que temos realmente o que comemorar?
A campanha do não dizia que vivemos em eu estado rico e exuberante em riquezas e cultura e que nenhum forasteiro iria roubar isso de nós... Acredito que nossos digníssimos conterrâneos que nos representam politicamente não queriam perder seus postos de ladrões!
A campanha do SIM dizia que estavam cansados de viver às margens do progresso produzido com as suas riquezas e, que com o poder descentralizado poderiam usufruir o que produziam.
O que vimos nas últimas semanas em Belém e nos interiores foram discursos superficiais e egoístas, que em momento algum foram pensados em favor da população menos favorecida.
Com um resultado diferente do que se viu nas urnas, também não acredito que teríamos o que comemorar. A realidade brasileira e mais especificadamente a realidade da Amazônia, não irá alterar-se significativamente através de divisões, essas manifestações são apenas meios de mascarar a realidade vivenciada por nossa sociedade, alimentando na população uma falsa esperança de mudança.
O saldo que tiramos dessa eleição são a xenofobia e a disputa acirrada entre pessoas de um mesmo estado, de uma mesma nação que, ao invés de unirem-se para reivindicar melhores condições de vida, disputam "riquezas" pertencentes a todos e acabam enfraquecendo a real luta, acabam esquecendo o real motivo da mobilização: qualidade de vida! Saúde, Educação, Segurança, enfim, dignidade!
O que nos resta fazer é nos unir em prol de um novo conceito de gestão, que venha atender não apenas as necessidades da capital (que logo digo, tbm vive de forma precária), mas da população paraense em geral! Não nos conformaremos com essa politicagem mesquinha que em nada nos assiste!
...e como disse o célebre revolucionário Che Guevara: "Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera."
Texto: Clíssia Freitas