Segundo a coordenadora estadual de Controle da Dengue, Carla Garcia, o número de casos confirmados tem caído porque as ações de controle vetorial realizadas pela Vigilância Epidemiológica estão sendo desenvolvidas com base nas notificações de casos ainda suspeitos. Assim, os municípios têm sido orientados a identificar os bairros e ruas com ocorrências para realizar as ações de combate aos focos de mosquitos Aedes aegypti. "Isso demonstra o quanto é importante a notificação de casos suspeitos aos primeiros sintomas da doença, seja em serviço público ou privado", observou Carla.
O município com maior número de casos notificados continua sendo Belém (737), seguido por Santarém (383) e Novo Progresso (309), ambos na região oeste do Pará. Na sequencia aparecem os municípios de Parauapebas (288), Marituba (253), São Félix do Xingu (232), Altamira (226), Castanhal (201) e Itaituba (201). No que se refere aos casos confirmados de dengue, o líder é o município de Tucuruí, com 177 registros, seguido por Altamira (139) e Novo Progresso (126).
Em relação aos casos de dengue causada pelo vírus tipo 4 (DENV4), já existem três casos confirmados em Belém, nos bairros de Tenoné, Marambaia e Cabanagem, tendo como vítimas homens de 36, 28 e 44 anos, respectivamente. Após a identificação de cada caso, a Vigilância Epidemiológica de Belém iniciou imediatamente ações visando a minimizar o impacto da transmissão pelo novo vírus circulante.
De acordo com o Informe Epidemiológico, permanece a vigilância de casos graves e óbitos suspeitos de dengue, exigindo que os municípios informem, em 24 horas, à Coordenação Estadual de Controle da Dengue a ocorrência de casos graves ou suspeita de óbito por dengue. O objetivo é realizar o bloqueio vetorial na área e evitar que mais pessoas adoeçam. Até o dia 16 de fevereiro, foram internados 163 pacientes suspeitos de dengue com complicação, dos quais cinco continuam sob avaliação médica e os demais tiveram alta.
Dor abdominal aguda, dor nos olhos e vômitos com sangue ou não são indicativos de agravamento e de uma possível dengue hemorrágica. Nesse caso, o paciente deve ser encaminhado para uma unidade de terapia mais complexa. "Nós estamos sugerindo a criação de um cartão da dengue, em que o paciente confirmado terá a descrição do seu histórico, especificando o tipo de vírus que o acometeu. Dessa forma, será muito mais fácil identificá-lo como um paciente de risco", informou Amiraldo Pinheiro, diretor do Departamento de Controle de Endemias.
Prevenção - Uma gripe comum, por exemplo, pode ser tratada com remédios que, em caso de dengue, podem agravar o quadro do paciente. Se a gripe for tratada como dengue, os procedimentos preventivos evitam complicações. "Depois, os casos não confirmados são descartados, mas a priori qualquer febre com dor e prostração é registrada como dengue", explica Roseana Nobre, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sespa.
Nas residências, as medidas de prevenção continuam as mesmas, como evitar acúmulo de água parada e lixo, que se transformam em criadouros do mosquito Aedes aegypti. A vigilância começa em casa e se estende pela comunidade. Os moradores devem denunciar possíveis focos do mosquito transmissor.
Segundo Amiraldo Pinheiro, o combate à dengue se dá em cinco eixos de atuação:
1 - Gestão - A organização dos recursos, dos meios disponíveis e da informação certa da doença para nortear a ação dos demais eixos. Este, assim como o próximo eixo, está presente em todos os demais tópicos.
2 - Mobilização Social - Realizada através de campanhas publicitárias e da interação com agentes sociais para desenvolver ações de controle, de combate ao vetor e de assistência às vítimas.
3 - Vigilância epidemiológica - O acompanhamento dos casos, pelo registro e notificação, verificação de vírus e de circulação. Importante para nortear as ações de combate e a assistência.
4 - Controle do vetor - Ações de combate ao mosquito transmissor, seja com ações diretas, atacando o foco, ou com prevenção.
5 - Assistência - Toda a rede de saúde pública deve estar capacitada para atender os casos da doença e encaminhá-los, de acordo com cada caso, para o melhor tratamento.
Em todas as campanhas informativas sobre a dengue é comum o cidadão ouvir que o combate à doença só terá êxito se toda a sociedade se envolver nas ações. Mas qual é o papel do cidadão e o do Estado? E o município, como deve agir para dar mais assistência ao paciente?
Cidadão - Este deve estar vigiliante, identificando em sua comunidade e na sua casa se há condições para a proliferação do mosquito transmissor. Em casa é importante manter os quintais limpos, livres de água parada, e eliminar qualquer possível criadouro. Em casos de sintomas, como febre, dor de cabeça e vômitos, ele deve procurar a unidade de saúde mais próxima para uma avaliação. Em casos graves, deve ser encaminhado ao tratamento adequado, se submetendo a exames para identificação da doença.
Município - Com a municipalização da saúde, as prefeituras recebem, diretamente do governo do Estado e do governo federal, recursos para gestão, mobilização social, controle do vetor e assistência ao paciente. O município também informa e notifica os casos, a fim de promover a vigilância epidemiológica, a cargo do Estado. De acordo com Amiraldo Pinheiro, toda a rede de saúde, seja estadual, municipal ou particular, está orientada para tratar os casos de dengue.
Estado - Cabe ao Estado gerir parte da rede de saúde que está sob a sua responsabilidade, repassando os recursos aos municípios e orientando-os sobre as melhores ações a serem tomadas. O Estado centraliza as informações e notificações, capazes de dar indicações de onde o combate ao vetor deve ser mais intenso e quais os segmentos de assistência devem ser fortalecidos para atender a uma demanda maior. Por isso, o Estado tem divulgado regularmente um boletim técnico sobre a situação da doença no Estado. O governo também repassa informações para o governo federal fazer o acompanhamento dos casos.
Serviço: Para informações sobre dengue entre em contato com as Secretarias Municipais de Saúde: Ananindeua (91) 3073-2220, Marabá (94) 3324-4904, Marituba (91) 3256-8395, Santarém (94) 3524-3555 e Tucuruí (94) 3778-8378. Em Belém, além do (91) 3277-2485, a população pode entrar em contato com os telefones dos Distritos Administrativos: Daben (3297-3275), Daent (3276-6371), Dagua (3274-1691), Daico (3297-7059), Damos (3771-3344), Daout (3267-2859), Dasac (3244-0271) e Dabel (3277-2485)
Fonte: Elielton Amador (Secom) / Roberta Vilanova (Ascom/Sespa)
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