A Companhia de Transportes de Belém (CTBel) rejeitou a proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) de reajustar o valor da tarifa de ônibus para R$ 2,15. Segundo a superintendente do órgão, Ellen Margareth, a companhia está realizando um estudo, desde o mês de novembro, para verificar a idade média da frota, o reordenamento das linhas, se as ordens de serviço estão sendo obedecidas e o número de pessoas que passam nas catracas dos coletivos. Ellen observa que está é a primeira vez que a Ctbel nega um procedimento imediato de uma proposta encaminhada pelo Setransbel para um aumento da tarifa. 'E vai ser a primeira vez que nós estamos pegando todos os fatores do transporte para jogar para a análise dos elementos que indicarão se haverá ou não o reajuste. Porque não é um fato consumado de ter aumento', destacou. 'Eu trabalho muito na gestão administrativa. Fundamento-me muito em dados técnicos e legais', prosseguiu.
Além disso, a companhia também pretende implantar, ainda este semestre, o sistema de 'bilhetagem única', onde o passageiro pode trocar de ônibus pagando apenas uma passagem. A mudança também será levada em consideração na hora de decidir se haverá ou não reajuste da tarifa. O órgão ainda não definiu se o passageiro usará um bilhete específico ou poderá usufruir do benefício apenas com o 'Passe Fácil'. 'São esses ajustes regulamentados que faltam. A gente já sabe o que a gente quer, falta só definir a forma com que ele será atuado'.
Também não há previsão de quando os estudos serão concluídos. A pesquisa da catraca, segundo Ellen, está encerrada. Mas os dados ainda estão sendo somados. 'Verificamos a quantidade de pessoas por horário e por linha transportada em um dia', explica. Falta ainda concluir a pesquisa sobre ordem de serviços. 'Nós temos certeza que tem muitas ordens de serviço que não estão sendo cumpridas, no que diz respeito a questão de horário, de linhas e de frota. E, o principal fator, é a quantidade de ônibus dentro da idade média permitida'. Os coletivos urbanos, explica a superintendente da Ctbel, não podem ter mais de 10 anos vida útil. 'Então, nós sabemos que existem alguns ônibus em Belém com 11 ou 12 anos. Esses veículos já não podem mais nem ser licenciados como transporte urbano. Eles têm que ter outra finalidade. Porque é a vida útil permitida que deve ser analisada para que não haja perigo. Esse é um trabalho que não é levantado apenas pela visão, mas também pela parte documental. E aí a gente casa as informações e fecha o que a gente pretende ter para saber o gerenciamento que deve ser realizado', declarou.
De acordo com Ellen Margareth, existem 1.417 coletivos circulando em Belém. De outubro à primeira semana de fevereiro deste ano, foram recolhidos, pela Companhia, 62 veículos, por terem ultrapassado os dez anos de idade permitidos.
Manifestações - Representantes da classe estudantil e sindicalistas fizeram ontem um ato em frente à Universidade da Amazônia (Unama). O objetivo dos cerca de 20 ativistas foi convocar a população para audiência pública que será realizada com a prefeitura de Belém no próximo dia 23 de fevereiro, no Cine Olympia, que vai tratar do possível reajuste na passagem de ônibus e outros temas relativos ao transporte público. Várias organizações estudantis e sindicalistas estão à frente da mobilização, entre elas: Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade da Amazônia, Coletivo 'Vamos à Luta', Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram) e Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Pará (Sintsep-PA). A estudante Júlia Borges, representante do movimento 'Vamos à luta', comemora a conquista da audiência pública, que deve contar com a presença do prefeito de Belém, Duciomar Costa; representantes da Companhia de Transportes de Belém (Ctbel) e do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel); além do Ministério Público, que também foi convidado. 'Será uma oportunidade de discutirmos temas relevantes à sociedade. Queremos expor nesta reunião a necessidade de um congelamento na passagem do ônibus, pois todos os anos a passagem aumenta e a população não sente a melhoria no serviço oferecido pelas empresas de transporte'. Segundo a estudante, na audiência também será discutida a regularização do transporte alternativo em Belém. Para Rogério Guimarães, presidente do DCE da Unama, a sociedade deve se unir à luta. 'Estamos realizando vários atos, hoje passamos nas salas de aula, enfim, estamos convocando a sociedade para impulsionar este movimento'.
Fonte: Amazônia
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